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Imagens de 6 de Janeiro mostram polícias do Capitólio a escoltar o xamã QAnon até ao Senado

Jan. 6 footage shows Capitol cops escorting QAnon Shaman to Senate floor
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Imagens de vídeo-vigilância recentemente reveladas de 6 de janeiro de 2021, mostra dois agentes da Polícia do Capitólio a escoltar Jacob Chansley, o chamado "QAnon Shaman" que simboliza o motim, pelos corredores do Capitólio e até à porta do Senado dos EUA.

As imagens transmitidas no programa de Tucker Carlson na Fox News na Segunda-Feira à noite, mostram os agentes a seguirem de perto Chansley enquanto este vagueia pelos corredores do Capitólio, de peito nu, com pinturas faciais e um exuberante chapéu de pele com chifres vikings.

"Praticamente todos os momentos do seu tempo dentro do Capitólio foram gravados", diz Carlson, a quem o Presidente da Câmara, Kevin McCarthy, concedeu acesso exclusivo a 40 000 horas de imagens de vigilância desse dia dentro e à volta do Capitólio, que nunca foram vistas antes pelo público.

"As cassetes mostram que a Polícia do Capitólio nunca impediu o Jacob Chansley. Eles ajudaram-no. Agiram como seus guias turísticos."

As novas imagens do motim no Capitólio mostram a polícia a escoltar Jacob Chansley até ao Senado.AP
Jacob Chansley foi apelidado de "Xamã QAnon".AP
Nas imagens, os agentes acompanham Chansley, passando sete outros agentes da polícia que se encontravam no exterior do hemiciclo do Senado.REUTERS

A certa altura, os agentes são vistos a acompanhar Chansley, passando por sete outros polícias, que se encontravam à porta do hemiciclo do Senado, que pouco ou nada olham para ele.

Depois acompanham-no a várias entradas da câmara que parecem estar trancadas. Eventualmente, abrem-lhe uma porta e ele entra na câmara.

Chansley, um veterano da Marinha de 33 anos do Arizona, está preso há quase quatro anos por "obstrução a um processo oficial".

Numa entrevista na prisão, reproduzida por Carlson, diz: "O único arrependimento muito sério que tenho [é] ter acreditado que, quando os polícias nos acenaram para entrar, era aceitável fazê-lo".

Jan 6. Capitol
O vídeo mostra Chansley a ser conduzido pela segurança do Capitólio.AP
Jan 6. Capitol
Chansley has been in jail for almost four years.AP
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Jan 6. Capitol
Police were seen escorting him to various entrances of the chamber which appeared to be locked. AP
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Num comunicado, a Polícia do Capitólio sugere que um dos agentes que se encontrava com Chansley estava a tentar "des-escalar" a situação porque estava em menor número.

Mas isso não explica porque é que Chansley, que estava desarmado, conseguiu passar por mais sete agentes sem ser detido.

"Nenhum deles tentou sequer abrandá-lo", diz Carlson.

Ele "ficou a pensar que a Polícia do Capitólio era sua aliada. … Se ele estava a cometer um crime tão grave, porque é que os agentes que estavam ao seu lado não o prenderam?”

Chansley tornou-se, na prática, o rosto do motim no Capitólio.AP

E, no entanto, na narrativa formada nesse dia pelos Democratas e por grande parte dos meios de comunicação social, "Jacob Chansley tornou-se o rosto do 6 de Janeiro, um perigoso teórico da conspiração, vestido com um fato estranho, que liderou a insurreição violenta para derrubar a Democracia Americana", diz Carlson.

McCarthy (R-Calif.) foi criticado por ter divulgado as imagens a Carlson, que planeia transmitir cinco histórias baseadas nas imagens durante duas noites que, segundo ele, "demolem" a narrativa Democrata do 6 de Janeiro.

Para além da história de Chansley, Carlson irá transmitir imagens que, segundo ele, desmentem a alegação de que o agente da polícia do Capitólio Brian Sicknick foi assassinado por desordeiros (veio-se a saber que morreu após sofrer dois ataques cardíacos no dia 7 de Janeiro).

Outras acusações contra Republicanos, que foram promovidas pelo, fortemente partidário, Comité de 6 de Janeiro, são mostradas sob uma luz surpreendentemente diferente por imagens que serão transmitidas por Carlson, incluindo um vídeo viral do Senador Josh Hawley (R-Mo.) a fugir de desordeiros no dia que parece ter sido retirado do contexto.

As alegações de que o deputado Brian Loudermilk (R-Ga.) guiou "insurrectos" pelo Capitólio para os ajudar a perturbar os procedimentos do Senado contrastam com as imagens em que, na noite anterior, ele mostrava aos constituintes o edifício Rayburn, que fica ao lado.

"No seu conjunto, o registo de vídeo não dá apoio à afirmação de que o dia 6 de Janeiro foi uma insurreição", afirma Carlson.

Alegadamente, Carlson irá transmitir imagens que, segundo ele, desmentem a alegação de que o agente da polícia do Capitólio, Brian Sicknick, foi assassinado por desordeiros. AP

"Na verdade, o mesmo deita-a por terra, e é exatamente por isso que o Partido Democrata e os seus aliados nos meios de comunicação social impediram o público de o ver."

"Ao controlarem as imagens que era permitido ver sobre o 6 de Janeiro, controlavam a forma como a opinião pública entendia esse dia. Podiam mentir sobre o que aconteceu e nunca se notaria a diferença. Essas mentiras tinham um propósito. Criaram um pretexto para uma repressão federal contra os opositores do partido único em Washington."

Legisladores Democratas como o deputado Jamie Raskin, de Maryland, alertaram para o facto de Carlson representar um "sério risco de segurança" e acusaram o apresentador da Fox News de ser um "propagandista pró-Putin, pró-Orban e pró-autocrata".

"Há milhares de horas de filmagens que já foram divulgadas", disse Raskin à MSNBC. "Mas a razão pela qual nem todas foram divulgadas é precisamente porque definem o desenho do piso, definem as rotas de evacuação, definem para onde foi o vice-presidente, definem para onde foram evacuados os membros seniores do Congresso, e assim por diante."

A equipa de Carlson diz que as suas imagens foram examinadas pelas autoridades do Congresso para garantir que não representam um risco para a segurança.

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Salienta ainda que o comité de 6 de Janeiro transmitiu imagens das rotas de evacuação do vice-presidente Mike Pence e de Hawley.

Depois de não ter conseguido impedir a divulgação das imagens na semana passada, o deputado Adam Schiff (D-Calif.) criticou Carlson num tweet como "um homem fraco, fraco".